segunda-feira, 9 de maio de 2011

"A porta fechou-se contigo
Levaste na noite o meu chão
E agora neste quarto vazio
Não sei que outras sombras virão
E alguém ao longe me diz

Há um perfume que ficou na escada
E na TV o teu canal está aberto
Desenhos de corpos na cama fechada
São um mapa de um passado deserto
Eu sei que houve um tempo em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos
Voamos pelas ruas que fizemos céu
Somos a pele um do outro

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora

Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto
A luz da manhã e o teu corpo por dentro
E a pele na pele de quem se quer tanto

Não tenho mais segredos
Escondi-me nos teus dedos
Somos metades iguais
Mas hoje só hoje
Leva-me para onde vais
Que eu quero dizer-te

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora

E não desistas de mim
Não te percas agora "


Pedro Abrunhosa
"A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
H mil sonhos por cumprir.

No sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se luz da manha,
Nem sei o que resta em nos,
Sei das ruas que corremos sos,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda longa,
Cem quilmetros de chao,
Quando a espera não tem fim,
Há distãncias sem perdao.

No sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Nao sei se luz da manha,
Nem sei o que resta em nos,
Sei das ruas que corremos sos,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As maos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraa o porto.

Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As maos vazias de ti."

Pedro Abrunhosa